A desinformação e o preconceito ainda são as principais barreiras para quem convive com a doença. Por isso, atualize-se! Neste artigo vamos abordar: o que é Psoríase, quais seus fatores de risco e possíveis tratamentos.
Índice do Conteúdo
O Que É Psoríase
É uma doença inflamatória crônica, não contagiosa, que afeta a pele, as unhas e ocasionalmente, as articulações. Caracterizada por lesões, geralmente em placas, avermelhadas e descamativas, localizadas principalmente em couro cabeludo, joelhos e cotovelos.
A extensão da psoríase varia de pequenas lesões até o comprometimento total da pele. Ela pode ser incapacitante tanto pelas lesões de pele, que dificultam a inserção social, quanto pela presença da doença nas articulações, causando muita dor e inchaço local.
Incidência da Psoríase
Atinge cerca de 1 a 3% da população mundial. Ocorre igualmente em ambos os sexos e em qualquer idade. No entanto, é mais frequente na terceira e quarta décadas de vida. Sendo menos frequente nos descendentes afro-americanos e indígenas.
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Causas da Psoríase
Sua causa ainda é desconhecida. No entanto, mecanismos imunológicos e fatores ambientais parecem estar presentes. Além disso, a predisposição à doença é geneticamente determinada em cerca de 30% dos casos.
Parece haver dois genes de susceptibilidade para a doença: o Cw6, e o DR7. No entanto, o principal gene implicado na psoríase se encontra no cromossomo 6p21, designado PSORS I.
Como ocorre a Psoríase
Uma das hipóteses é quando os linfócitos T, as células de defesa do corpo, atacam as células da pele criando um processo inflamatório local, que aumenta a velocidade de renovação celular da pele e de descamação, além de dilatar os vasos sanguíneos.
A pele se renova entre 15 a 20 dias geralmente, mas em pacientes com psoríase esse processo é muito mais rápido, por isso o surgimento das escamas.
Fatores Desencadeantes da Psoríase
Diversos fatores têm sido associados ao desencadeamento ou exacerbação da psoríase, como:
Medicamentos
Os anti-inflamatórios não-hormonais, antimaláricos, betabloqueadores, corticoides e o lítio, podem agravar a psoríase.
Infecções
As infecções pelo estreptococo beta-hemolítico, comum em dores de garganta, e infecção pelo HIV, podem desencadear ou exacerbar a doença, respectivamente.
Trauma cutâneo
Qualquer trauma na pele, seja físico, químico ou cirúrgico, pode determinar o aparecimento da lesão em áreas antes não comprometidas. Essa condição é chamada de reação ou fenômeno de Koebner.
Estresse
O estresse frequente pode debilitar o sistema imunológico e desencadear a doença.
Obesidade
O excesso de peso pode ser um desencadeador, devido ao aumento do processo inflamatório.
Excesso de álcool e tabagismo
Não só podem desencadear o quadro de psoríase, como também exacerbar as lesões já existentes.
Exposição ao frio
Nos dias mais frios a pele tende a ficar mais ressecada, piorando as lesões. Havendo melhora com a exposição solar.
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Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas podem variar de acordo com o tipo de psoríase encontrada:
1. Psoríase em placas ou vulgar
É a forma mais comum da doença. Caracterizada por placas secas, avermelhadas, descamativas (escamas esbranquiçadas), bem delimitadas, de tamanhos variados, geralmente simétricas e localizadas principalmente em couro cabeludo, joelhos, cotovelos e nádegas, podendo estar associada a coceira e queimação.
No entanto, com menos frequência, podem aparecer lesões em qualquer parte do corpo, como axilas, genitais, unhas, face entre outros. O número dessas placas pode variar, e podem ocasionar coceira e às vezes dor.
Como dissemos, a evolução das lesões é crônica, com períodos de exacerbação e outros de calmaria.
2. Psoríase em gotas ou gutata
Caracterizada pelo aparecimento súbito de pequenas bolinhas ou feridas, em forma de gota, avermelhadas e descamativas. São menores que 1 cm, localizadas preferencialmente no tronco, podendo acometer outras partes como pernas, braços e couro cabeludo. Mais comum em crianças e adultos jovens, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Geralmente esse tipo de psoríase pode ser desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta, por exemplo.
3. Psoríase eritrodérmica
Essa psoríase se manifesta com uma vermelhidão em 75% ou mais do corpo, com leve descamação, podendo ocasionar muita coceira e dor. Geralmente é desencadeada por uso de medicamentos, principalmente corticoides, infecções e até queimaduras. É o tipo menos comum.
4. Psoríase pustulosa
Caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas associada a pústulas (bolhas de pus) espalhadas pelo corpo todo ou localizadas em uma área específica, como mãos ou pés.
Esse tipo de psoríase pode ocasionar sintomas sistêmicos, como febre, calafrios, dor, coceira e fadiga. Esta é uma forma rara de psoríase.
5. Psoríase artropática ou artrite psoriática
É uma condição que ocorre quando, além das feridas características na pele, a psoríase afeta as articulações, principalmente as dos dedos, podendo causar dores intensas, inchaço, rigidez e até deformidades nesses locais.
6. Psoríase ungueal
Quando as lesões acometem as unhas das mãos e dos pés, prejudicando seu crescimento. Além disso, pode ocasionar o engrossamento da unha, seu descolamento e o aparecimento de manchas amareladas ou pequenas depressões.
7. Psoríase invertida
São placas mais avermelhadas e com pouca descamação, devido sua localização em áreas mais úmidas, ou de dobras, como virilhas, axilas e embaixo dos seios.
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Diagnóstico da Psoríase
O diagnóstico é feito com base na história clínica e na avaliação clínica da lesão. Podendo ser solicitado uma biópsia para confirmar o diagnóstico e excluir outras doenças semelhantes.
Se você apresentar algum dos sintomas citados acima, procure atendimento médico para uma correta avaliação , diagnóstico e tratamento. E nunca se automedique.
Tratamento da Psoríase
Infelizmente ainda não há cura para a doença, mas é possível controlar seus sintomas. A evolução da doença é imprevisível, tendo períodos de exacerbação e outros sem lesão.
Em casos de psoríase mais grave, o quadro clínico pode ser muito doloroso e provocar alteração na qualidade de vida e na autoestima do doente. Sendo imprescindível o atendimento médico o quanto antes.
O tipo de tratamento deve ser individualizado, e irá depender do tipo da psoríase, da sua extensão, da idade do doente, sua ocupação e o estado de saúde. O tratamento pode incluir:
1. Tratamento tópico (local)
Esse tratamento é mais usados em casos leves a moderados de psoríase, e pode incluir:
- Hidratação da pele;
- Corticóides tópicos;
- Coaltar;
- Antralina;
- Análogos da Vitamina D (calcipotriol);
- Imunomoduladores (tacrolimus);
- Ácido salicílico/ Ureia;
- Água termal.
2. Tratamento sistêmico
É mais usado em casos mais graves de psoríase, e pode incluir:
- Fototerapia ( Exposição à luz ultravioleta A ou B );
- Metotrexato;
- Ciclosporina A;
- Medicamentos biológicos (medicamentos feitos a partir de organismos vivos), como etanercepte, adalimumabe, ustequinumabe, entre outros. Alguns desses medicamentos já estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde).
3. Hábitos de vida
- Realizar atividade física regularmente;
- Manter uma dieta saudável e balanceada;
- Cessar o tabagismo e evitar bebidas alcóolicas.
O tratamento não acaba com o desaparecimento das lesões, ele deve ser continuado para manter a pele sem lesões. Além dessas medicações o acompanhamento psicológico para alguns pacientes é muito benéfico, visto que, algumas lesões podem diminuir a autoestima e a qualidade de vida.
Importante: A escolha de uma medicação dependerá do quadro do paciente e da avaliação do seu médico. Todas as classes de medicamentos têm suas vantagens e desvantagens, indicações e contraindicações. Por isso, siga à risca as orientações do seu médico e nunca se automedique.
Novidade no tratamento
Há poucos meses a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), aprovou um novo medicamento injetável, chamado risanquizumabe, para psoríases mais graves, que deve ser administrado por via subcutânea, a cada (três) meses após as duas primeiras doses. Dependendo do caso pode até ser administrado em casa.
Essa medicação também faz parte do grupo dos medicamentos imunobiológicos, e atua bloqueando a inflamação.
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Prevenção da Psoríase
Não existe uma maneira conhecida para prevenir a psoríase, mas você pode mudar alguns hábitos de vida para evitar as crises recorrentes da doença.
- Hidrate a pele;
- Evite a ingestão de bebidas alcoólicas;
- Cesse o tabagismo;
- Evite o estresse;
- Faça atividade física regularmente;
- Tome banhos rápidos e mornos;
- Tenha uma alimentação saudável e balanceada, rica em peixes e ômega-3;
- Faça consultas com seu médico dermatologista regularmente;
- Exponha-se moderadamente ao sol em horários mais seguros, como antes das 10hs ou após as 16 horas, por cerca de 10 minutos. Use o filtro solar adequado para sua pele.
Uma revisão de 55 estudos publicada no Jama Dermatology concluiu que mudanças na dieta, associado ao tratamento medicamentoso, podem amenizar os sintomas da doença. Pacientes com psoríase devem seguir uma alimentação com poucas calorias visando o emagrecimento, visto que, a perda de peso, possivelmente diminui as substâncias inflamatórias liberadas pelo corpo, consequentemente diminui a agravamento da psoríase.
Complicações
Estudos recentes associam à psoríase a uma doença do sistema cardiovascular chamada Síndrome Metabólica, composta por hipertensão arterial, diabetes e obesidade. Não se sabe as razões ao certo, mas cerca de 50% dos pacientes com psoríase apresentam essa síndrome.
Uma das hipóteses é que, por a psoríase causar uma inflamação crônica, que atinge diversas partes do organismo, ela pode afetar o funcionamento do sistema cardiovascular e aumentar as chances do desenvolvimento da síndrome metabólica, infarto e acidente vascular cerebral.
Mito ou Verdade
Psoríase tem cura.
Mito. Infelizmente não tem cura. No entanto, tem controle e muitas alternativas de tratamento.
Quem tem psoríase não pode tomar sol.
Mito. Na realidade quem tem psoríase deve se expor ao sol, para amenizar os sintomas. No entanto, essa exposição deve ser com uma proteção adequada e em horários seguros.
O estresse piora a doença.
Verdade. O estresse frequente altera o sistema imunológico, podendo ajudar no desencadeamento da doença ou na sua exacerbação.
Não existe fatores desencadeantes da psoríase.
Mito. Além do estresse, podemos citar outros fatores, como álcool, tabagismo, uso ou retirada abrupta de corticoide, temperaturas baixas e traumas na pele.
A psoríase só afeta a pele.
Mito. A psoríase pode, mas menos frequente, afetar as articulações, provocando dores e enrijecimento no local.
A psoríase é uma doença contagiosa
Mito. A psoríase é uma doença autoimune crônica não contagiosa, de caráter altamente genético.
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