Índice do Conteúdo
O Que É Melasma
O melasma ou cloasma se caracteriza pelo surgimento de manchas de cor acastanhada ou enegrecida, principalmente na face, mas pode ocorrer em outras áreas do corpo expostas ao sol. Acomete predominantemente mulheres a partir dos 25 anos de idade e principalmente após a gravidez ou terapias hormonais. No entanto, pode ocorrer em mulheres que nunca engravidaram e em homens também.
Como Ocorre o Melasma
Devido a algum fator desencadeante, ocorre o estímulo da melanogênese, que faz com que os melanócitos aumentem em quantidade, sendo esses os responsáveis por produzir uma proteína que dá cor à pele e evita os danos da radiação solar, chamada melanina. Ou seja, quanto maior o número de melanócitos, maior a produção de melanina, e consequentemente aumenta o risco de desenvolvimento do melasma.
=> Saiba Mais: Tratamentos estéticos no inverno para uma pele perfeita
Tipos de Melasma
Através de uma análise da pele acometida com a lâmpada de Wood, uma luz negra, conseguimos avaliar a profundidade da localização da melanina.
- Melasma epidérmico: Quando há um depósito de melanina na camada mais superficial da pele, chamada epiderme.
- Melasma dérmico: Quando há um depósito de melanina na camada intermediária da pele, chamada derme, onde se localizam vasos sanguíneos, glândulas sebáceas entre outras estruturas.
- Misto: Quando se tem excesso de melanina na derme e epiderme.
Fatores de Risco do Melasma
Não há uma causa definida, porém, são conhecidos alguns fatores desencadeantes ou contribuintes, como:
Gravidez
O aparecimento do melasma na gravidez, chamado de cloasma gravídico ou máscara da gravidez, é muito frequente. Durante a gravidez, devido ao aumento da quantidade dos hormônios, como o da progesterona, há o estímulo da melanogênese, ou seja, da hiperpigmentação da pele. Por isso também, há o escurecimento da aréola mamária.
=> Saiba Mais: 14 Atitudes que você deve tomar antes de engravidar
Predisposição genética
Quem apresenta familiares de primeiro grau com a doença, a probabilidade de desenvolver o melasma é maior. Além disso, é mais frequente em indivíduos com tons de pele mais escuros e em mulheres.
Anticoncepcionais e reposição hormonal
Esses hormônios também estimulam a melanogênese, e consequentemente aumentam a pigmentação.
Medicamentos
Alguns medicamentos que contenham derivados de petróleo ou drogas fotossensibilizantes podem contribuir para a pigmentação, como drogas para o tratamento da epilepsia e hipertensão.
Exposição a luz solar
Esse é o principal fator desencadeante do melasma, segundo a Academia Americanca de Dermatologia (AAD). Os raios ultravioleta aumentam a atividade dos melanócitos provocando a pigmentação escurecida. O cloasma pode surgir subitamente após exposição solar intensa, ou gradativamente pela exposição solar constante.
Exposição a luz visível
Além da radiação ultravioleta, as luzes visíveis, como as encontradas nas luminárias, nos celulares ou nos computadores por exemplo, também são capazes de estimular o melasma.
Sinais e Sintomas do Melasma
O melasma é uma alteração de caráter predominantemente estético, não sendo associado a outros problemas de saúde. Seus sinais incluem manchas de cor castanha-clara a escura, planas e sem crostas, localizadas geralmente na face nas maçãs do rosto, testa, buço (labial superior), bochechas, queixo e nariz. Menos frequentemente podem aparecer no pescoço, colo e braços.
Geralmente essas manchas são simétricas (iguais de ambos os lados), com bordas bem delimitadas e formatos irregulares.
A intensidade da coloração é variável, às vezes quase imperceptível e outras vezes muito acentuada, podendo ocasionar impacto negativo na autoestima e afetar a qualidade de vida.
Diagnóstico do Melasma
O diagnóstico é realizado com a obtenção de informações sobre a história pessoal e familiar sobre o transtorno, hábitos de exposição ao sol, pelo exame clínico das manchas e através da utilização de uma Lâmpada de Wood. Sendo essa última um importante utensílio no prognóstico do tratamento da lesão, após avaliarmos o tipo do melasma que estamos enfrentando.
Em casos particulares pode haver a necessidade de uma biópsia para excluir outras causas da hiperpigmentação.
Cuidado: existem outras doenças, e até mesmo medicamentos, que podem provocar manchas escuras na pele, sendo importante estabelecer os diagnósticos diferenciais do melasma. Para isso, sempre mantenha sua consulta médica em dia, e se aparecerem manchas no rosto, procure um médico dermatologista para uma correta avaliação, diagnóstico e conduta.
Tratamento do Melasma
O melasma é uma condição crônica e recidivante. A resposta ao tratamento é variável, quanto mais profundo o melasma mais difícil seu tratamento. O tratamento pode englobar:
Protetor Solar
A etapa mais importante do tratamento do melasma é a fotoproteção diária para UVA e UVB, com FPS igual ou superior a 30 e que contenha agentes químicos e físicos, como dióxido de titânio ou óxido de zinco, responsáveis por refletir a luz solar.
O protetor solar físico e com cor, além de proteger contra os raios ultravioleta, consegue fazer uma barreira de proteção contra a luz visível, sendo um grande auxílio no tratamento contra o melasma. Se essa etapa for esquecida a probabilidade do tratamento não ser efetivo será muito grande.
Peelings
São procedimentos que aceleram o processo natural de renovação celular e estimulação de colágeno, e assim, ajudam a clarear a pele de forma gradual e mais rapidamente, além de facilitar a penetração dos medicamentos tópicos.
Existem os peelings mais superficiais, médios e profundos, sendo os primeiros os mais seguros. O seu médico irá avaliar qual o melhor procedimento para o seu caso.
=> Saiba Mais: Peeling: o que é, quais os tipos e indicações
Luz Intensa Pulsada e Laser
Os lasers emitem formas de energia luminosa, capaz de destruir o pigmento de melanina, clareando as manchas. No entanto, é mais usado em melasmas refratários à aplicação local de ativos clareadores.
Contudo, esse tratamento será benéfico apenas se realizado de maneira correta e com o aparelho correto, como o Q-Switched, caso contrário poderá piorar a pigmentação. Por isso, o laser deve ser usado com cautela.
Surgiu há pouco tempo no mercado, uma nova tecnologia, o laser de picossegundos, que trás um pouco mais de segurança no tratamento do melasma. Conhecido como laser PicoWay, ele emite pulsos em picossegundos, que resultam na microfragmentação da melanina, pedaços muito menores que em outros tipos de laser. Esses microfragmentos são mais facilmente absorvidos pelo organismo. Além disso, o laser não emite calor, o que diminui as chances de um efeito rebote, ou seja, de piora do quadro.
=> Saiba Mais: Depilação a laser: o que é, como é feita e indicações
Microagulhamento
É um procedimento realizado com microagulhas entre 0,5 a 2,5 mm de comprimento, que provocam pequenas lesões controladas na face, iniciando um processo inflamatório local, que estimula os fibroblastos e induzem à formação de colágeno, elastina e renovação celular de uma maneira mais intensa.
O clareamento e uniformização da pele, ocorre devido ao rearranjo da melanina após as microperfurações, e também pela penetração de ativos, como clareadores, por essas lesões, de forma mais eficiente, potencializando os resultados.
Medicamentos
Os medicamentos tópicos e/ou via oral que podem ser usados no tratamento das manchas são os com ação clareadora, como a hidroquinona, e também antioxidantes, como picnogenol, além de ácidos.
Alguns ativos que ajudam na remoção das manchas e a impedir o retorno da pigmentação, e que podem ser usados no melasma são:
- Ácido glicólico
- Arbutin
- Ácido tranexâmico
- Vitamina C
- Ácido retinóico
- Niacinamida
- Ácido azeláico
- Polypodium leucotomus
- Ácido kójico
- Picnogenol
- Ácido gálico
- Hidroquinona, entre outros.
Um novo ativo biológico para o combate do melasma foi lançado recentemente, chamado Cisteamina, que age diretamente nas manchas mas sem os possíveis efeitos adversos da hidroquinona.
Os ativos citados acima devem ser usados em formulações customizadas para cada paciente, após uma consulta com o dermatologista. No entanto, há produtos prontos no mercado com componentes clareadores, como:
- Melan-off Concentrado Clareador
- Clair Concentré da Profuse
- Serum Pigmentclar – La roche Posey
- Discoloration Defense da Skinceuticals
- Serum multiclareador Chronos da Natura
Alguns filtros solares também ajudam a clarear as manchas do rosto, como:
- Filtro Solar Tonalizante FPS 55 Base Stick Adcos
- Protetor Fluid Shield da Adcos
- FotoUltra Active Unify Color da Isdin
- Fotoactive Whitening FPS 80
- Protetor Solar Idéal Soleil Clarify da Vichy
Todos os tratamentos acima citados podem desencadear efeitos colaterais indesejáveis. Por isso devem ser prescritos após a avaliação de um médico dermatologista. Nunca se automedique.
=> Saiba Mais: 8 Cuidados com a sua pele para mantê-la protegida e saudável no inverno
Melasma tem Cura?
Os tratamentos atuais são muito eficazes no controle do melasma, porém ainda não há tratamento definitivo. Mesmo após um período prolongado de remissão das manchas, se houver a interrupção do tratamento e exposição solar frequente e sem proteção, as manchas irão reaparecer.
Pele Negra
A pele negra por apresentar maior concentração de melanina, fica mais suscetível ao desenvolvimento do melasma do que peles mais claras com menor concentração de melanina.
Hoje já existem tratamentos mais específicos para a pele negra, com menores chances de desenvolvimento de manchas ou outras complicações pós procedimento. Sendo o acompanhamento médico individualizado essencial para o bom resultado.
Prevenção do Melasma
A melhor e principal prevenção contra o melasma é a fotoproteção diária, mesmo em dias nublados e em casa, pois a luz visível, como de ambientes fechados e celulares, também pode ser um fator de risco. Lembrando que o filtro deve ser químico e físico, devendo ser aplicado diariamente e reaplicado a cada 3 horas ou sempre que molhar a pele ou suar muito.
Evite a exposição excessiva ao sol e ao calor. E caso for se expor, use utensílios como óculos de sol, chapéu, guarda-sol e roupas com fator de proteção solar, que também são bons métodos de prevenção.
Se você apresenta alguma mancha na pele, procure um médico dermatologista para uma correta avaliação e conduta, pois as manchas na pele podem ter diversos significados.
Mitos e Verdades sobre o Melasma
1. O estado emocional influencia no surgimento do melasma.
Verdade. O estresse constante, proporciona ao nosso organismo um estado oxidativo frequente, prejudicando o corpo como um todo, e podendo favorecer a melanogênese e consequentemente a hiperpigmentação .
2. Quem tem melasma não pode usar maquiagem.
Mito. Existem produtos específicos para cada tipo de pele e para as peles com melasma que ajudam a disfarçar as manchinhas. Além disso, as bases e os pós compactos também auxiliam na formação de uma barreira protetora contra os raios solares. Mas nunca se esqueça de aplicar o filtro solar.
3. Quem tem melasma deve usar protetor com cor.
Verdade. O protetor solar com cor além de uniformizar o tom da pele e proteger contra a ação dos raios ultravioleta, ele também forma uma barreira de proteção contra os danos causados pela luz visível, como a de ambientes fechados e celulares.
4. As manchas do melasma causam dor e coceira.
Mito. As manchas do melasma não causam dor, prurido (coceira) ou qualquer outro sintoma, na realidade ela é apenas uma alteração de caráter dermatológico, sem outras doenças associadas. No entanto, ela pode afetar o estado emocional.
5. Depilação com cera provoca o melasma.
Mito. Na realidade a depilação com cera pode provocar uma inflamação local e estimular a produção de melanina surgindo assim manchas no local, sendo essas chamadas de hiperpigmentação pós-inflamatória, uma mancha diferente da do melasma.
6. Sardas são a mesma coisa que melasma.
Mito. As sardas geralmente se iniciam na infância e não tem relação com variações hormonais. Já o melasma afeta mais adultos que se expõe frequentemente a luz solar sem proteção adequada, e também por alterações hormonais.
7. Grávidas têm maior propensão ao aparecimento do melasma.
Verdade. Devido ao picos hormonais na gestação, principalmente estrogênio e progesterona, ocorre um estímulo dos melanócitos, e esses aumentam a produção de melanina.
Concluindo
O melasma afeta predominantemente as mulheres e pode ser desencadeado principalmente pela exposição solar excessiva e sem proteção adequada. Seu principal tratamento é a fotoproteção diária, com filtro químico e fisico.
E aí esse conteúdo foi útil para você? Se gostou do conteúdo, compartilhe, para que mais mulheres possam saber o que é o Melasma e como tratá-lo! E se ficou com alguma dúvida deixe aqui nos comentários para eu te responder!
Até a próxima dica! ❤️
*O conteúdo do site Desafios da Mulher Moderna, como textos, gráficos, imagens e outros materiais, são produzidos com muito carinho e com o objetivo de divulgar informações relevantes para as mulheres, mas não substitui o conselho médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Todos os artigos são constituídos por informações de caráter geral, experiências pessoais e profissionais, além de conhecimentos científicos. Os estudos e dados mencionados são suportados por referências bibliográficas públicas. O Desafios da Mulher Moderna não tem como objetivo a divulgação de conteúdo exaustivo e completo que faça recomendações médicas. O juízo de valor final sobre os temas levantados nesse blog deve ser estabelecido por você em conjunto com os seus médicos e especialistas.