O câncer de mama é uma doença maligna causada pela multiplicação desordenada de células da mama, que geram células anormais com potencial invasivo, formando o tumor. Essa multiplicação das células pode ser causada por alterações genéticas, tanto hereditárias quanto adquiridas.
Cada tumor apresenta características próprias, e evolui de forma diferente, surgindo assim vários tipos distintos de câncer de mama.
Índice do Conteúdo
Incidência do Câncer de Mama
É o tipo de câncer que mais acomete as mulheres brasileiras, depois do câncer de pele não melanoma. No Brasil o percentual de novos casos a cada ano é de 29%. Em 2018 os casos novos no Brasil chegaram a 59.700, de acordo com o INCA.
O câncer de mama acomete predominantemente as mulheres, mas também pode ocorrer em homens, no entanto é raro, representando menos de 1 % do total de casos, de acordo com o Ministério da Saúde.
No Brasil, a incidência do câncer de mama continua a crescer lentamente, no entanto, felizmente, as taxas de mortalidade estão reduzindo. Esse fato pode ocorrer devido ao rastreamento precoce pela mamografia, aprimoramentos cirúrgicos, melhores técnicas radioterápicas, entre outros.
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Glândulas Mamárias
As mamas são glândulas cuja principal função é a produção do leite. O leite se forma nos lóbulos da mama onde é conduzido, pelos ductos, até os mamilos. Assim, quando essas células da mama, tanto do lóbulo quanto dos ductos, se multiplicam desordenadamente, pode ocorrer a formação de nódulos ou tumores malignos.
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Tipos de Câncer de Mama
Existem vários tipos de câncer de mama, que no geral, podem ser distinguidos por sua disseminação, por seu tipo histológico, por sua avaliação imuno-histoquímica ou por seu estadiamento:
1. Quanto à sua disseminação
A forma de crescimento do tumor pode ser de duas formas:
- Infiltrante: é o tumor invasivo, ou seja, as células cancerosas se proliferam e invadem outros órgãos além da mama. Essa forma de crescimento corresponde a maior parte dos cânceres.
- In situ: é o tumor não invasivo, ou seja, as células cancerosas se proliferam apenas dentro dos ductos ou lóbulos da mama, sem se espalhar para outros órgãos. E corresponde a uma porcentagem menor dos tumores.
2. Quanto à avaliação imunohistoquímica
A imunohistoquímica avalia se há a presença ou não de receptores hormonais naquele tumor. Dentre eles, os receptores de estrogênio, progesterona e HER2 são os mais comuns. Essa avaliação é muito importante para decidir qual o melhor tratamento a seguir.
3. Quanto à morfologia
O grau histológico é importante na determinação do prognóstico. Os tipos histológicos se dividem em vários subtipos, de acordo com a extensão do tumor. Os carcinomas mais comuns são:
- Ductal Infiltrante: o tumor acomete os ductos da mama onde ocorre a passagem do leite. No entanto, esse tipo de câncer pode invadir estruturas adjacentes, podendo até se espalhar para outros órgãos através da corrente sanguínea ou do sistema linfático. É o tipo mais comum de câncer de mama invasivo.
- Lobular Infiltrante: o câncer acomete os lóbulos mamários, que são responsáveis pela produção do leite. Porém, esse tipo de câncer também pode invadir estruturas e órgãos adjacentes através da corrente sanguínea ou do sistema linfático.
- Ductal in situ: esse tumor também acomete os ductos da mama, mas não invade estruturas adjacentes e não se espalha pela corrente sanguínea. É o tipo mais comum de câncer não invasivo.
- Lobular in situ: o tumor atinge os lobos mamários, mas não invade estruturas adjacentes e também não se espalha pela corrente sanguínea.
Outros carcinomas menos comuns que podem ser citados incluem:
- Medular;
- Mucinoso ou colóide;
- Tubular;
- Doença de Paget do mamilo: esse tumor envolve a pele e os ductos lactíferos (galactóforos) do mamilo e/ou aréola. Geralmente tem o aspecto de uma lesão eczematosa, como crostas ou inflamações, da pele da mama e do mamilo.
4. Quanto ao estagiamento
O estadiamento ou estagiamento determina se a doença é localizada, localmente avançada ou metastática (metástase). É definido usando os números de 0 a 4 (em números romanos). Ele é importante para ajudar na decisão terapêutica. Basicamente ele pode ser caracterizado por estágio:
- 0: o câncer está apenas nos lóbulos e/ou ductos da mama, ou seja, não se espalhou para o tecido da mama, sendo mais fácil o tratamento.
- I: Tumor com menos de 2 cm em sua maior dimensão, sem acometimento dos linfonodos axilares.
- II: Tumor com mais de 2 cm e menos de 5 cm em sua maior dimensão, e com acometimento dos linfonodos axilares.
- III: Tumor com mais de 5 cm em sua maior dimensão, e com acometimento de linfonodos e parede torácica, mas sem disseminação para partes distantes do corpo, ou seja, sem metástase.
- IV: tumor de qualquer tamanho e com disseminação para outros órgãos (metástase).
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Fatores de Risco do Câncer de Mama
As causas do câncer de mama ainda são pouco conhecidas. No entanto, diversos fatores de risco foram identificados, como (CECIL):
1. Fatores genéticos e hereditários
- Mutações genéticas, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2;
- História familiar, em parentes de primeiro grau, de câncer de mama em homens ou mulheres, principalmente antes dos 50 anos.
2. Fatores da história reprodutiva e hormonal
- Não ter tido filhos;
- Primeira gravidez após os 30 anos;
- Primeira menstruação (menarca) antes dos 12 anos;
- Menopausa após os 55 anos;
- Uso de contraceptivos hormonais;
- Reposição hormonal pós-menopausa por mais de 5 anos (estrogênio + progesterona).
3. Fatores pregressos
- História pessoal de câncer de ovário ou de endométrio;
- História prévia de qualquer doença benigna da mama;
- Aumento da densidade óssea;
- Radioterapia significativa no tórax;
- Aumento da densidade da mama na mamografia;
- Mulheres acima de 50 anos;
- História pessoal de câncer de mama.
4. Fatores ambientais e comportamentais
- Exposição frequente a radiações (raio-X);
- Consumo moderado de bebida alcoólica (2 a 3 doses por dia);
- Sedentarismo;
- Obesidade após a menopausa.
Atenção: a presença de um ou mais desses fatores de risco não implica necessariamente que a mulher terá a doença.
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Fatores de Prevenção do Câncer de Mama
A prevenção do câncer de mama continua a ser um objetivo da maior importância. Cerca de 20 a 30 % dos casos podem ser evitados através de mudanças comportamentais como:
Amamentação
A amamentação pelo maior tempo possível, estimula as glândulas mamárias e diminui a quantidade do hormônio estrogênio, consequentemente diminui o risco de câncer de mama.
Praticar exercícios físicos regularmente
Os exercícios físicos diminuem os níveis de estrógeno. Além disso, ajudam no controle do peso e na redução do estresse, que também são fatores de risco importantes para o desenvolvimento do câncer de mama.
Um estudo publicado na Breast Cancer Reserch and Treatment, que envolveu o acompanhamento de mulheres entre 5 e 19 anos, concluiu que a atividade física regular é inversamente proporcional ao risco de câncer de mama, ou seja, quanto mais atividade física menor o risco de desenvolvimento.
Peso corporal controlado
O controle do peso, principalmente após a menopausa pode diminuir os riscos de desenvolver o câncer de mama.
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
O mecanismo exato de relação entre o câncer de mama e o álcool é incerto, mas sabe-se que esse altera os níveis de estrogênio podendo influenciar negativamente.
Alimentação saudável e balanceada
Uma dieta balanceada e saudável melhora a saúde como um todo, prevenindo várias doenças. Um estudo publicado no International Journal of Cancer concluiu que mulheres que se alimentam de altas quantidades de frutas e verduras diariamente apresentam um risco reduzido de desenvolver câncer de mama, especialmente tumores mais agressivos. Os vegetais mais associados são brócolis, couve e os de cores amarela e laranja, além das hortaliças verdes.
Ômega 3 X Câncer de Mama
Pesquisas reforçam os benefícios da suplementação com ômega 3, um ácido graxo poli-insaturado, na redução do risco de desenvolvimento do câncer, especialmente o câncer de mama. Essa relação benéfica pode ser explicada devido ao ômega 3 apresentar uma ação anti-inflamatória, aumentar a oxidação de gorduras, melhorar o metabolismo da glicose, reduzir os níveis de estradiol circulantes, além de inibir a produção de citocinas induzidas pelo fator nuclear.
Existem 3 tipos de ácidos graxos ômega 3: o EPA (ácido eicosapentaenoico), o DHA (ácido docosahexaenóico) e o ALA (ácido linoleico). Os dois primeiros são encontrados no óleo de peixe, e o último encontrado em alimentos de fontes vegetais.
Segundo o estudo da Universidade de Guelph, no Canadá, os dois primeiros tipos de ácidos graxos ômega 3 são mais eficazes na redução do risco de desenvolvimento do câncer de mama. Nesse estudo foi demonstrado uma taxa de redução no tamanho do tumor em 60 a 70%, além de uma redução de 30% no número de tumores de mama.
Além disso, um outro estudo realizado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, associou uma maior ingestão de EPA e DHA a uma redução de 25% na recorrência do câncer de mama.
Por isso, invista em alimentos ricos em ômega 3, como chia, linhaça, óleo de canola, soja e especialmente peixes.
Última dica: mantenha sempre sua consulta médica em dia, para um correto acompanhamento e detecção precoce do câncer de mama.
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